atroado.

Conta um, dois, três...Bate na sua porta alguém desconhecido, sem nome ou referencia de onde veio e pra onde vai, se ofereceu então para te levar junto com promessas de sonhos e planos surreais. Você então abriu sua porta e lhe ofereceu um copo d'água, como sempre fez a qualquer outro. Tempo vai tempo vem, e eles estão sentados, minutos, horas, meses...Quase um ano ali. Viveu uma vida abstrata ao som de uma ode na qual jamais pudera ouvir antes. Encantado ficou ele com tão grande a emoção entoada nessa tal música que se deixou levar, para um lugar bem distante tal qual a alguns dias não sabia voltar, foi quando a música parou de tocar repetidamente.

"...Eu vo-ou...vo-ou...-ou."

O zunido ecoou por dentro de sua cabeça desnorteando-o, tentava olhar ao seu redor, mas não enxergava um palmo sua frente, somente vultos era o que ele via. Corriam de um lado para o outro como se estivessem fugindo de algo, menos ele. Permaneceu ali, até o ultimo milésimo de segundo e foi quando a bomba explodiu estilhaçando projécteis para todos os lados, fragmentos esses dos sonhos que ele havia construído.Foi quando ele se encontrou de frente para o nada. O céu caia os pedaços como um pára-brisa estilhaçado e o azul não passava de um cinza denso e pesado.

Foi assim, traído pelos seus sentidos, ele se deparou de frente para o mundo real, mundo esse no qual já residiu, mas ele havia se acostumado com as borboletas na barriga.